23 Feb
23Feb

Luciano Oliveira Geisenhoff

Várias são as vantagens na utilização de controle automático em sistemas de irrigação localizada. Dentre elas podem-se citar:

  • Uso racional dos recursos hídricos: ocorre em função de ser possível monitorar os volumes aplicados mais precisamente, e pelo fato de o momento da irrigação ser definido de forma mais racional. Outro fator importante é a possibilidade da não-ocorrência de esvaziamento ou drenagem das tubulações após os eventos de irrigação, comum em sistemas que adotam a “irrigação por pulso”.
  • Economia de energia: a operação do sistema de bombeamento é otimizada e ocorre somente em função das reais necessidades de irrigação. Evita-se, assim, a operação excessiva do sistema e permite-se também que os motores operem fora dos horários de pico, contribuindo para um melhor aproveitamento dos descontos concedidos pelas concessionárias de energia elétrica.
  • Menor uso de mão-de-obra: A maioria das operações que ocorrem em um evento de irrigação pode ser automatizada. Por exemplo: ligar e desligar de motobombas, abrir e fechar de válvulas e registros, fertirrigação, retrolavagem de filtros. É muito provável que ocorra também uma substancial diminuição na necessidade de mão-de-obra e no custo operacional do sistema.
  • Economia de fertilizantes: a automatização da operação de adubação (fertirrigação) permite administrar quantidades de fertilizantes de forma mais precisa e racional com aplicações a baixas concentrações, evitando perdas e contaminação ambiental.    
  • Melhor administração da atividade agrícola: em virtude de permitirem um controle centralizado de várias atividades, com o monitoramento do sistema sendo executado com segurança e precisão, os sistemas de controle garantem tomadas de decisão mais rápidas baseadas em históricos de aplicação de água e de fertilizantes.

 Tais vantagens, somadas a um manejo e ao acompanhamento adequado da cultura em todas as suas fases de desenvolvimento, podem oferecer maior produtividade a um custo menor, aumentando, portanto, a lucratividade da atividade agrícola explorada. Mas, apesar do grande número de vantagens, também ocorrem limitações na implantação e uso desses sistemas. Dentre elas podem-se citar: 

  • Custo relativamente elevado: a incorporação de sistemas de controle em projetos de irrigação localizada exige investimento elevado, onerando o custo inicial e limitando seu uso apenas a produtores mais capitalizados.
  • Mão-de-obra especializada: a complexidade dos sistemas de controle e sua forma pouco conhecida de programação exigem uma mão-de-obra especializada e treinada no uso e no gerenciamento das informações.
  • Assistência técnica deficiente: como a maioria dos equipamentos utilizados ainda é importada, o agricultor fica na dependência de representantes e técnicos das empresas fabricantes e importadoras para a solução de problemas e reposição de peças.
  • Confiança excessiva no sistema de controle: acreditando que o sistema automatizado é a solução para todos os seus problemas e que ele consegue auto-solucionar falhas técnicas e humanas, os agricultores passam a confiar excessivamente na automação e tornam-se relapsos com tratos culturais. Sendo assim, deixam de executar manutenção preventiva e, principalmente, não verificam se o manejo adotado automaticamente satisfaz as necessidades da cultura implantada.  
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